Antidumping de resinas: Abiplast espera mudanças com o governo Bolsonaro
A vigência do antidumping para importações brasileiras de polipropileno (PP) da Índia, Coreia do Sul e África do Sul, assim como de PVC em solução da China e Coreia do Sul, termina em agosto próximo. A hipótese de um pedido de renovação dessa sobretaxa quinquenal é encarada com reservas por José Ricardo Roriz Coelho, presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast). Conforme argumenta, a entidade sempre se posicionou contrária as barreiras às importações de resinas. “Afinal, convivemos com a maior alíquota global de importação desses materiais, acrescida ainda de antidumping em praticamente 40% das principais resinas consumidas no país”, ele sustenta.
“Tais barreiras protegem um conglomerado altamente concentrado e de atuação mundial. Portanto, deveríamos ter uma alíquota de importação ao menos equiparada às menores praticadas em países que são importantes produtores mundiais”. A manutenção do antidumping, acentua o dirigente, restringe mais o acesso internacional a essas matérias-primas e permite a prática no Brasil de preços bem acima do observado nos mercados que produzem e concorrem com o país.
Para Roriz, a probabilidade do pedido de renovação dos referidos antidumping para importações brasileiras de PP e PVC é alta. “É uma avaliação que considera até que sempre foi relativamente mais ‘fácil’ aprovar renovações pois a análise é feita com base no chamado risco de retorno da prática de dumping”, pondera o presidente da Abiplast. “Dizemos que a aprovação é fácil porque, se tomarmos PVC como exemplo, constatamos a existência de um direito antidumping contra importações dos EUA e México que vem sendo renovado periodicamente há quase 25 anos.”
A preferência natural do industrial brasileiro, assinala Roriz, é comprar do fornecedor local. “Mas as barreiras de proteção comercial não deveriam, de maneira alguma, inviabilizar a presença de competidores internacionais no mercado interno, para fazer frente e servir como balizador concorrencial para o fornecedor nacional”.
O governo Bolsonaro vem manifestando a importância de intensificar a abertura da economia brasileira e remover distorções que reduzam a competitividade da indústria nacional, considera o porta-voz do setor transformador de plástico. “Ter acesso a matérias-primas a preços competitivos deve ser uma agenda prioritária para a nova gestão e esperamos que esse viés pró-competitividade efetivamente se reflita em análises mais aprofundadas sobre os impactos em todo o tecido industrial de medidas de defesa comercial”, completa Roriz.
Fonte: Plásticos em Revista