A usina nuclear Angra 2 foi religada ao Sistema Interligado Nacional (SIN) na tarde de hoje (17), após passar 56 dias desconectada para substituição de um terço do combustível e manutenção periódica. A parada demorou mais do que o esperado inicialmente pois, durante a inspeção de rotina, os técnicos encontraram uma oxidação superficial nos elementos combustíveis carregados no último ciclo de operação.
Por conta disso, a Eletronuclear teve de adotar medidas adicionais durante a manutenção. A empresa decidiu trocar todos os 52 elementos combustíveis que apresentaram oxidação acima do normal. Eles foram substituídos por 24 elementos novos, que já estavam prontos para uso em Angra 3, e por outros 28 usados, que estavam guardados na piscina de combustível de Angra 2.
A nova configuração do reator foi avaliada profundamente pela Eletronuclear e a Framatome – responsável pelo projeto da usina. Depois, essa nova disposição dos elementos combustíveis no núcleo foi apresenta à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). O órgão deu o aval para o retorno da unidade à operação e autorizou o seu funcionamento por um ciclo aproximado de nove meses.
Vale lembrar que a parada teria, inicialmente, seu escopo reduzido ao mínimo necessário, de forma a evitar a propagação do coronavírus. Segundo a Eletronuclear, uma manutenção convencional tem 4.500 atividades programadas. Esta, no entanto, teria 1.100 atividades essenciais para a segurança e a confiabilidade da unidade. Contudo, como a atividade teve de ser prolongada por causa do aparecimento da oxidação nos elementos combustíveis, foi possível realizar 1.200 atividades adicionais.
“Essa parada já era desafiadora tendo em vista a equipe reduzida em virtude da pandemia. Após o episódio do combustível, nossos colaboradores precisaram se dedicar ainda mais. Felizmente, tivemos êxito, graças ao profissionalismo, à capacitação e ao comprometimento de cada um”, disse o presidente da Eletronuclear, Leonam Guimarães.
Fonte: Petro Notícias
