AES Tietê rejeita oferta de fusão com Eneva, mas pode continuar negociações
A AES Tietê informou que seu conselho de administração decidiu por unanimidade rejeitar uma proposta hostil da Eneva para combinação dos negócios das companhias, avaliada em cerca de 6,6 bilhões de reais.
Apesar da decisão, a elétrica controlada pela norte-americana AES indicou que está disposta a continuar negociações, ao apontar que poderá se reunir com a Eneva “para identificar a possibilidade de aprimoramento e adequação da estrutura da sua proposta”, segundo fato relevante divulgado no domingo.
A Eneva apresentou em 1° de março uma oferta hostil para fusão com a AES Tietê, em negócio que envolveria pagamento de 2,75 bilhões de reais em dinheiro e o restante em ações.
Uma combinação entre a AES Tietê, que opera hidrelétricas e parques eólicos e solares, com a Eneva, com usinas de geração a gás e carvão, criaria uma gigante no setor de geração com ativos complementares.
Mas a AES Tietê disse que os conselheiros entenderam que termos e condições da oferta eram “inadequados ao melhor interesse da companhia e do conjunto dos seus acionistas, tendo em vista, principalmente, a incompatibilidade existente entre os negócios e estratégias” das empresas.
“Em termos financeiros, a proposta hostil subavalia a companhia. A administração entende que o valor atribuído à AES Tietê no âmbito da combinação de negócios proposta deveria ser significativamente superior”, acrescentou a empresa no comunicado.
A AES Tietê também indicou que “eventual nova proposta deverá contemplar, entre outras melhorias, a possibilidade de liquidez integral para os acionistas da companhia que não desejarem migrar para a Eneva, tendo em vista a incompatibilidade existente entre os negócios e estratégias”.
A empresa disse ainda que poderá dilatar o prazo de negociações em caso de apresentação de uma nova oferta pela Eneva.
Já a Eneva, em comunicado separado, disse que foi informada sobre a rejeição da AES Tietê.
“A companhia avaliará os termos da carta e informará aos seus acionistas e o mercado em geral sobre desdobramentos relacionados”, afirmou.
Nos termos da proposta da Eneva, a companhia criada pela combinação de ativos com a AES Tietê teria como principais acionistas seus controladores, Cambuhy e BTG Pactual, com 17,8% cada, enquanto a AES teria 5,5%. O BNDESPar, importante acionista da AES Tietê, teria 6,4%.
Fonte: Reuters