Açúcar dispara com safra no Brasil, maior produtor mundial
Os preços do açúcar atingiram seu nível mais alto em mais de quatro anos na terça-feira, depois que um relatório confirmou os danos às safras de cana-de-açúcar do maior produtor mundial, o Brasil, devido às geadas anormalmente severas de junho e julho.
A produção de açúcar na região centro-sul do Brasil caiu 11% na segunda quinzena de julho, para 3 milhões de toneladas, disse o grupo Unica, mais do que o esperado. A Unica acrescentou que as três ondas de geadas que atingiram as áreas agrícolas prejudicaram ainda mais as safras já atingidas pela pior seca dos últimos 90 anos.
Os participantes do mercado já esperavam números menores para a segunda quinzena de julho devido às geadas, mas os números da Unica ficaram abaixo das estimativas. Os futuros do açúcar na bolsa ICE de Nova York subiram quase 7% na terça-feira em resposta.
A Unica disse que a produção de cana-de-açúcar por hectare caiu 17,9% em julho em relação ao ano anterior, pois as geadas obrigaram as usinas a cortar a cana antes do período ideal de colheita.
A moagem de cana caiu 8% em relação ao mesmo período do ano anterior, para 46,69 milhões de toneladas.
“Tanto a produtividade agrícola quanto a qualidade da cana foram prejudicadas pelas geadas”, disse o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues.
A safra de açúcar no Brasil, país que abastece cerca de 40% do comércio mundial de açúcar, pode terminar muito mais cedo do que o normal, causando uma redução no abastecimento global.
Rodrigues disse que nas próximas semanas a indústria terá mais dados sobre o impacto das geadas na produção.
Uma pesquisa da empresa de serviços de informação S&P Global Platts estimou que a produção de açúcar cairia 10%.
“O terceiro evento de geada para a safra de 2021-22 na região centro-sul, que ocorreu durante a segunda quinzena de julho, adicionou estresse adicional ao crescimento adequado da cana”, disse a S&P Global Platts.
Alguns analistas prevêem que os preços do açúcar aumentem ainda mais nas próximas semanas, como resultado das perspectivas de produção de curto prazo.
A seca e as geadas no Brasil prejudicaram várias outras safras, incluindo milho e café.
Fonte: O Petróleo