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Ações de commodities tendem a se beneficiar

A chegada do novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deve reforçar as apostas em ações de empresas mais ligadas a commodities e fabricantes de bens de capital. Para gestores ouvidos pelo Valor, Vale, Gerdau e WEG devem ser os grandes beneficiados na bolsa brasileira pela expectativa de novas rodadas de estímulo fiscal e projetos de infraestrutura.

Tendo em vista a importância dos Estados Unidos na economia global, o crescimento esperado a partir deste ano terá efeitos em diversos outros países e impulsionar a demanda de produtos como aço e minério de ferro, ampliando preços que já estão em alta, segundo William Leite, gestor da Helius Capital.

“Se um pacote de incentivo à infraestrutura como o prometido for lançado, empresas de mineração e siderurgia devem se destacar”, diz Leite, citando como exemplo a mineradora Vale. Esse cenário já vem sendo antecipado pelo mercado, o que explica, em grande medida, o desempenho do papel da mineradora, que já acumula alta de 5,57% desde o início do ano. E, na visão de especialistas, ainda há potencial de valorização.

“Os resultados da empresa melhoraram muito. Não foi só a ação que subiu”, diz Leite. “Com uma estimativa conservadora de minério de ferro ou considerando que os preços fiquem no patamar atual, a Vale segue barata. A simetria é muito positiva, a não ser que o minério de ferro caia muito”, afirma.

A aceleração da produção industrial também deve impactar positivamente fabricantes de bens de capital. No setor, a WEG é apontada como destaque por Leite, porque além de acompanhar o avanço do ritmo da indústria, fornece equipamentos para empresas que atuam com energia renovável – uma das bandeiras de Biden. A WEG acumula alta de 17,11% no ano.

A geração de energia verde deve ganhar espaço no próximo pacote de medidas do democrata, esperado para o próximo mês, e influenciar no aumento da demanda por itens como turbinas eólicas, além de, claro, beneficiar companhias que atuam na área, como a Ômega Energia, diz Enrico Cozzolino, estrategista de renda variável da Daycoval Investimentos.

De forma mais direta, atendendo o mercado americano, a Gerdau deve ser a grande beneficiada pelos planos de Biden, segundo Alexander Carpenter, sócio da Trafalgar Investimentos. “A empresa tem uma exposição alta nos Estados Unidos e deve aproveitar os planos para infraestrutura”, diz Carpenter. O gestor também espera efeitos diretos, ainda que menos intensos, nos resultados de companhias de proteínas, como a JBS, caso aumente a demanda por carnes mais caras nos lares americanos com a melhora da renda.

A tendência é que a gestão Biden não resulte em impactos negativos para as empresas brasileiras, segundo Enrico Cozzolino, estrategista de renda variável da Daycoval Investimentos, a não ser que ocorra uma deterioração das relações entre Brasil e Estados Unidos. “Nesse caso, o efeito de um novo ciclo de commodities, por exemplo, seria limitado para as companhias”, diz.

 

 

 

Fonte: Revista Ferroviária

 

 

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