A Logística das empresas de Transportes de cargas tem o maior índice de roubos e ainda vai piorar em 2024, segundo a Overhaul
A retomada dos investimentos no setor de transporte e o aumento do número de cargas transportadas está resultando no aumento do número de roubos, segundo o levantamento do centro de inteligência da empresa Overhaul, que atua em 145 países e é a única empresa global de gestão de risco e visibilidade logística independente de dispositivos com forte atuação no Brasil.
Com o Natal se aproximando, o setor de logística enfrenta um aumento significativo no volume de entregas de mercadorias, impulsionado pelo crescimento das compras online e pela demanda crescente nas cadeias de suprimentos. De acordo com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), 50% dos consumidores pretendem comprar pela internet e estima-se uma injeção de aproximadamente R$74 bilhões na economia. Com isso, também aumentam os riscos para o transporte, sendo necessário um reforço no planejamento e monitoramento das cargas.
Segundo Reginaldo Catarino, Gerente de Inteligência da Overhaul, “nesta época do ano o movimento de mercadorias aumenta e isso demanda por eficiência operacional, pois as cargas se tornam mais visadas e vulneráveis aos roubos”. Regiões metropolitanas e estados com grandes centros urbanos são particularmente visados por criminosos, levando a um aumento na necessidade de medidas de segurança robustas.
Catarino e Patrícia Santos, especialistas em gestão de riscos que atua na área de seguros, analisaram dados de furtos e roubos de cargas no Brasil desde 2019 e apontam que 2024 deve ter um aumento no número de casos por conta da retomada da economia pós-pandemia que vem ocorrendo de forma gradual e contínua, e desta forma resultando num maior volume de cargas em trânsito. “O roubo de carga é um crime que faz parte de um conjunto de outros crimes praticados para abastecer os mercados ilícitos transnacionais. Já debatemos isso com autoridades da segurança pública para entender este fenômeno, pois as quadrilhas estão cada vez mais estruturadas e se aliando, inclusive com facções criminosas que dominam o tráfico de drogas em certas regiões para dificultar ações de recuperação da carga subtraída”, destaca Reginaldo.
Para evitar roubos, atrasos nas entregas e até problemas por conta da infraestrutura das estradas brasileiras, as empresas do setor de transportes precisam investir em soluções tecnológicas que dão visibilidade à cadeia de ponta a ponta. Com o incremento no tráfego e na visibilidade das cargas, aprimorar as medidas de segurança torna-se uma prioridade. A necessidade de reforçar a segurança é evidente, demandando a implementação de camadas adicionais de proteção aos embarques. “As empresas estão cada vez mais voltadas para a integração de tecnologias avançadas e práticas de gestão eficiente para enfrentar esses desafios. O uso de tecnologias modernas é essencial para assegurar entregas pontuais, superando os obstáculos logísticos e de segurança”, complementa o gerente de riscos.
Os desafios logísticos no fim de ano vão além dos aspectos operacionais, impactando também os trabalhadores, especialmente os motoristas. O afastamento familiar e a pressão aumentam os riscos. “Momentos de desatenção ou desvios nos processos acontecem devido a pressão para atingir metas de vendas no final do ano e esses são pontos de fragilidade que os criminosos buscam explorar, pois essas quebras de processos na verdade se tornam aumento de exposição e desta forma exacerbando os riscos de segurança. Portanto, uma abordagem integrada e segura é vital não só para manter a eficiência, mas também para assegurar a integridade das cargas e a segurança dos trabalhadores durante este período intensificado”, alerta Reginaldo.
Fonte: Petro Notícias