Vai começar no Japão o carregamento de combustível da maior central nuclear do mundo
O incidente na Usina Nuclear de Fukushima, no Japão, em 2011, causado por um terrível tsunami, ainda traz resquícios causados pelo medo e pelo desconhecimento da energia nuclear. Foi assim com a Alemanha, que decidiu suprimir a energia nuclear de sua matriz energética, mas volta agora a investir na fusão nuclear, menos de um ano depois de desligada a sua última usina.
No Japão, é inteiramente compreensível, quando o governo decidiu, em 2011, parar a maior central nuclear do mundo, a Kashiwazaki-Kariwa (foto principal), que está localizada na cidade de Niigata, a 368km de Tóquio, capital do país. Agora, depois de todos esses anos de revitalização de segurança, a central nuclear pode voltar a funcionar. Ela é administrada pela empresa TEPCO (Tokyo Electric Power Company), que é a terceira maior empresa de eletricidade do planeta. Seus sete reatores de água fervente que são capazes de fornecer em conjunto mais de 8.200 MW.
A TEPCO planeja começar a carregar combustível na unidade 7 da usina nuclear Kashiwazaki-Kariwa, após aprovação da Autoridade de Regulamentação Nuclear do Japão. Ainda não se sabe quando o reator será reiniciado. “Recebemos aprovação para o uso de teste do equipamento de segurança para confirmar a integridade do equipamento“, disse a empresa japonesa. “A partir de agora, realizaremos o carregamento de combustível e subsequentes inspeções pré-uso para confirmar a integridade do equipamento“, acrescentou.
O Japão mantém atualmente doze reatores nucleares em operação, mas também tem mais dois em construção e vinte e sete reatores que permanecem fora de serviço no momento. Em abril de 2023, o governo japonês aprovou uma nova legislação sobre energia nuclear que permite estender a operação de centrais nucleares para além do limite atual (que é estabelecido em 60 anos). Na prática, isto significa simplesmente que se uma usina nuclear puder funcionar com segurança para além dessas seis décadas, o regulamento permite-lhe fazê-lo.
Neste novo contexto, a central Kashiwazaki-Kariwa tem um futuro promissor pela frente. Isso porque em dezembro de 2023 a NRA tirou o veto que tinha imposto a esta instalação em março de 2011 – logo após o acidente na central nuclear de Fukushima Daiichi. Este marco é o primeiro passo para a concessão da licença de operação, e este órgão regulador decidiu aceitá-la após inspecionar as instalações da usina nuclear por mais de quatro mil horas.
Inspeções regulatórias adicionais ainda serão necessárias antes que a unidade 7 de Kashiwazaki-Kariwa – que está offline desde agosto de 2011 – possa retomar a operação. Além disso, será necessário obter o consentimento do governador local. Embora o governo central esteja buscando a aprovação do governador de Niigata, Hideyo Hanazumi, para a reinicialização, ele ainda não anunciou se dará seu consentimento.
Segundo a NRA, a empresa TEPCO introduziu as melhorias nas medidas e protocolos de segurança necessários para a recuperação da atividade da central. Agora o governo regional de Niigata, que também tem que dar a sua aprovação às instalações da central nuclear antes de poder recuperar a sua licença de operação. Seja como for, o mais provável é que após o sinal verde da NRA, a administração da cidade não impeça a retoma da atividade na planta de Kashiwazaki-Kariwa. De momento, a TEPCO agilizou e e já solicitou autorização à NRA para iniciar a introdução de combustível nos reatores da central. A maior usina nuclear do planeta está perto de voltar.
Fonte: Petro Notícias