WNA diz que cadeia de suprimentos do setor nuclear deve se expandir para atender aos planos de descarbonização
A expansão do setor da energia nuclear à velocidade e escala necessárias para atingir as metas de emissões líquidas zero, de segurança energética e de desenvolvimento sustentável exigirá um investimento sustentado e coordenado na cadeia de abastecimento nuclear global. A constatação faz parte de um novo relatório produzido pela Associação Nuclear Mundial (WNA, na sigla em inglês).
O documento aponta que, no final de 2022, havia 437 reatores de energia operáveis em todo o mundo, com uma capacidade de geração combinada de 394 GWe. Outras 60 unidades estavam em construção, enquanto mais de 400 unidades estavam em vários estágios de planejamento. Em um cenário traçado pela WNA, a capacidade de geração nuclear poderá atingir até 839 GWe até 2040.
“As despesas de capital necessárias para construir os novos reatores para atingir este nível de capacidade nuclear são da ordem de 900 bilhões de dólares a 1,8 trilhão de dólares”, diz o relatório. Entretanto, mais de 140 reatores existentes poderão ser objeto de operação prolongada no período até 2040. O valor total deste trabalho poderá ficar entre 50 bilhões e 100 bilhões de dólares e envolver compras internacionais no valor de cerca de 4 bilhões de dólares por ano.
“São necessárias políticas consistentes para incentivar o investimento para garantir que uma rápida expansão nuclear global possa ser apoiada pela cadeia de abastecimento nuclear, sem estrangulamentos, e construir resiliência contra potenciais choques na cadeia de abastecimento”, diz a WNA. “Desbloquear o potencial das tecnologias facilitadoras e da inovação industrial na cadeia de abastecimento será um fator para o sucesso da indústria nuclear nos próximos anos”, acrescentou.
O relatório faz uma série de recomendações para otimizar a cadeia de abastecimento, incluindo reduzir o custo do processo de aquisição através do fortalecimento do relacionamento com os fornecedores e do emprego de novos modelos de negócios e de financiamento; e redução dos requisitos de aquisição através da operação a longo prazo e da gestão otimizada das centrais existentes, reaproveitando a infraestrutura existente para novas construções e simplificando a concepção e a operação das centrais.
“Desde a publicação da edição anterior do relatório, as perspectivas para a energia nuclear melhoraram significativamente”, avaliou a diretora geral da Associação Nuclear Mundial, Sama Bilbao y León. “Um número crescente de governos reconhece que a energia nuclear oferece uma solução para alcançar metas de emissões líquidas nulas de gases do efeito estufa, de forma confiável e econômica”, acrescentou.
Sama disse ainda que as preocupações sobre o custo e a fiabilidade do fornecimento de gás, exacerbadas pela guerra na Ucrânia, centraram a atenção global na importância da segurança e soberania energética, áreas onde a energia nuclear também oferece vantagens. “A capacidade da indústria nuclear para aproveitar as oportunidades dos atuais desafios energéticos dependerá de vários fatores, incluindo a capacidade da indústria para construir e equipar centenas, e potencialmente milhares, de centrais nucleares de forma eficiente”, concluiu.
Fonte: Petro Notícias