SLB está otimista com oportunidade de negócios em óleo de gás no Brasil e investe em soluções de descarbonização
Quase um ano após o seu reposicionamento de marca, a SLB (chamada anteriormente de Schlumberger) vê o Brasil como um “hub estratégico”. E as perspectivas de novas oportunidades de negócios no mercado brasileiro nos próximos anos são muito positivas, segundo o diretor geral da empresa no país, Bruno Alves. No momento, a companhia atua em contratos para entrega de equipamentos e construção de poços nos campos de Búzios e Mero, na Bacia de Santos. Além disso, a SLB também está avançando na execução de serviços no campo de Azulão, na Bacia do Amazonas. “Já realizamos a perfuração de 16 poços no total (três na campanha de 2019, sete na campanha de 2021-2022 e seis desde janeiro deste ano). E ainda temos um contrato que permite perfurar mais 14 poços até o final de 2024”, contou o executivo.
Alves revela ainda que, de olho na transição energética, a SLB lançou uma solução que ajudará a indústria petrolífera a reduzir as emissões de metano. “Também estamos participando ativamente das discussões acerca de atividades e projetos de Captura e Armazenamento de Carbono – CCS (Carbon Capture and Storage)”, acrescentou. Por fim, o diretor ainda faz uma leitura sobre as recentes mudanças ocorridas no mercado de óleo e gás do Brasil, com a entrada de novas operadoras no segmento: “Este ano, estamos observando um crescimento rápido nas atividades em terra e águas rasas, liderados pelas operadoras independentes. Vemos de forma muito positiva o dinamismo e aquecimento de atividades que essas operadoras trazem ao mercado”, concluiu.
O próximo mês de outubro marcará o primeiro ano da empresa com o reposicionamento de sua marca para SLB, de olho na transição energética. Poderia comentar um pouco como tem sido esses primeiros meses da empresa no Brasil após essa alteração estratégica? O que mudou desde então?
Em 2022, a SLB fez um reposicionamento de marca com foco em tecnologia e inovação para um planeta mais equilibrado, mudando, inclusive, o nome [da empresa]. Nossa missão é contribuir para a transição energética, e hoje contamos com uma estratégia na área de novas energias, com planos de investimentos em que aplicamos todo nosso conhecimento em áreas como energia geotérmica, captura de carbono, redução nas emissões e hidrogênio. Nós temos como meta atingir o Net zero até 2050 e o Brasil faz parte deste objetivo, que é bastante concreto para a SLB.
Como a SLB está enxergando o mercado brasileiro de óleo e gás neste momento? Atualmente, qual a importância desse mercado para os negócios da companhia?
O Brasil tem um papel de destaque globalmente, principalmente no cenário do offshore. Nossos principais clientes vêm divulgando metas bastante ambiciosas de produção, que demandam serviços e produtos tanto para construção e intervenção de poços como para produção. Estamos em um momento muito favorável, de aquecimento do setor de óleo e gás. De fato, o Brasil é o epicentro mundial do setor.
A carteira de projetos da SLB no Brasil é bem relevante, envolvendo entregas de serviços e produtos para os campos offshore de Búzios e Mero, que são dois dos principais campos do pré-sal brasileiro. Poderia atualizar nossos leitores sobre como está a execução desses serviços?
Os serviços nestes campos são distribuídos em alguns contratos. Estamos nos destacando na parte de construção e completação de poços, assim como na entrega de equipamentos submarinos.
De fato, a SLB se destaca com participação ativa em todos os projetos importantes de desenvolvimento e produção, com destaque em serviços de Construção e Completação de Poços, assim como na entrega de equipamentos submarinos.
Recentemente, noticiamos a assinatura de um contrato entre a SLB e a Petrobrás envolvendo uma plataforma digital em nuvem. Por isso, gostaria que explicasse quais são os ganhos operacionais que esse tipo de tecnologia trará para a indústria de óleo e gás.
Sim, assinamos um contrato de cinco anos com a Petrobrás para implantar a plataforma digital Delfi em alguns projetos e departamentos. Este contrato vai facilitar a transformação digital da Petrobrás nas áreas de exploração, desenvolvimento e produção. A transferência dos dados relativos aos processos de subsuperfície para a nuvem vai acelerar significativamente a tomada de decisões.
A Plataforma Delfi, com a tecnologia de nuvem, possibilita uma maior integração entre os diferentes times envolvidos no planejamento e execução de importantes decisões operacionais em todas as fases do projeto, possibilitando tomadas de decisões mais fundamentadas e ágeis. Além disso, o stack de tecnologia disponibiliza os dados de maneira mais eficiente, trazendo importantes ganhos tempo e redução de custos.
Falando de campos onshore, gostaria também de ouvir uma atualização sobre a execução de serviços da SLB no campo de Azulão e dos desafios logísticos envolvidos nessa operação.
Os serviços no campo de Azulão, conduzido pela Eneva, estão sendo executados de forma integrada, o que nos permite usar nossa tecnologia e processos para melhorar o desempenho e agregar valor. Já realizamos a perfuração de 16 poços no total (três na campanha de 2019, sete na campanha de 2021-2022 e seis desde janeiro deste ano). E ainda temos um contrato que permite perfurar mais 14 poços até o final de 2024.
A atual campanha de perfuração tem demonstrado que a parceria e colaboração com a Eneva no uso de novas tecnologias e novos procedimentos vem trazendo continuamente melhorias nos tempos operacionais, redução de custos e também a pegada de carbono.
De fato, existem muitos desafios pela localização remota do projeto, por isso, implementamos diferentes estratégias para o fornecimento de serviços e produtos, balanceando a disponibilidade de toda a cadeia e custos operacionais.
Nossa estratégia é bastante robusta e inclui transportes rodoviários, aéreos e fluviais. Com esse volume de movimentação, é fundamental um acompanhamento em tempo integral de toda a logística, que também fica sob responsabilidade da SLB.
O setor de óleo e gás brasileiro passou por muitas mudanças nos últimos anos. Uma das mais relevantes é a entrada de vários novos players no setor. Como está a prospecção de novos negócios com as operadoras privadas do segmento?
De fato, o processo de desinvestimento dos campos maduros que ocorreu nos últimos anos permitiu que novos players começassem a participar do mercado, principalmente em terra e águas rasas. Os novos operadores vêm movimentando o mercado com o desenvolvimento e implementação de diversos projetos e atividades que já refletem em ganho de produção nestes campos operados. Para estes projetos, tivemos a oportunidade de trazer novas soluções ao mercado, além de modelos de contrato inovadores.
Este ano, estamos observando um crescimento rápido nas atividades em terra e águas rasas, liderados pelas operadoras independentes. Vemos de forma muito positiva o dinamismo e aquecimento de atividades que essas operadoras trazem ao mercado.
Quais são as próximas novidades que a SLB pretende apresentar ao mercado no sentido de ajudar a indústria na jornada de transição energética e descarbonização?
A transição energética e a descarbonização são pilares fundamentais da SLB, o que ficou explícito após o reposicionamento da marca.
Considerando que o metano, em curto prazo, apresenta um potencial de efeito estufa dezenas de vezes superior ao dióxido de carbono, e que o metano é a matéria-prima da indústria de O&G, tem-se na redução das emissões de gás uma rápida e relativamente fácil iniciativa de descarbonização para a indústria.
A SLB trouxe uma solução inovadora para o mercado para tratar da redução das emissões de metano, que é o SEES – SLB End-to-end Emissions Solutions. Esse é um serviço que a SLB oferece com o objetivo de auxiliar as operadoras a reduzir as emissões de metano provenientes das próprias operações e das chamas (flares).
Também estamos participando ativamente das discussões acerca de atividades e projetos de Captura e Armazenamento de Carbono – CCS (Carbon Capture and Storage). Já estamos participando hoje de projetos e estudos tanto com a indústria tradicional de O&G e com outras indústrias.
Por fim, gostaria que compartilhasse conosco quais são as perspectivas futuras da SLB em termos de novos contratos dentro do setor de óleo e gás do Brasil.
O Brasil é um hub estratégico para a SLB e o que posso adiantar é que temos muitas oportunidades para os próximos anos, sempre buscando a tecnologia e a inovação para atender e antecipar as necessidades do mercado. Na área de equipamentos submarinos, por exemplo, a OneSubsea, empresa do grupo em Taubaté (SP), é a principal fornecedora de árvores molhadas (ANMs) do pré-sal brasileiro, além de ser um polo de exportação para os mercados do Golfo do México e Mar do Norte. A fábrica é a maior da SLB no mundo, com capacidade para atender a todos os projetos na Bacia do Atlântico. Portanto, vislumbramos milhares de novas oportunidades.
Fonte: Petro Notícias