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Exportação: indústrias de biscoitos, massas alimentícias, pães & bolos industrializados faturam USD 245,5 milhões em 2021

As categorias contempladas pela Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (ABIMAPI) alcançaram o número de USD 245,5 milhõesem exportações em 2021. No total, houve 25% de crescimento em valor, quando comparado com o fechamento de 2020 (USD 196,3 milhões). Em volume, o aumento foi significativo (27%), somando 201 mil toneladas de produtos vendidos ao exterior. A preferência se deu por alimentos mais acessíveis, com maior praticidade e tempo de validade para o consumo dentro do lar.

A contínua desvalorização do real frente ao dólar em 2021 não influenciou os resultados positivos das exportações, já que se compensa pelo alto volume de importações de insumos, especialmente da farinha de trigo. Assim, foram o esforço exportador e a alta demanda por alimentos que reverteram em aumento nas vendas internacionais. O movimento também é consequência do trabalho desenvolvido pelo projeto setorial Brazilian Biscuits, Pasta and Industrialized Breads & Cakes, mantido pela Abimapi em parceria com a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), que busca oportunidades que aproximem as empresas do segmento de seus clientes e potenciais parceiros no exterior.

O ano de 2021, assim como 2020, apresentaram obstáculos advindos da pandemia. A dificuldade de encontrar contêineres para atender os clientes estrangeiros impôs também altos valores de frete internacional.

Neste cenário, o principal destino das exportações do setor, a Venezuela, quadriplicou suas compras provenientes do Brasil desde 2019. Em 3 anos, as exportações para o país saíram de 28,5 mil toneladas para 119,6 mil toneladas em volume. “Com a falta de contêineres, as exportações brasileiras para a Venezuela acabaram se destacando por oferecerem opções de transportes, como o frete rodoviário, para produtos de alta demanda da população”, explica Claudio Zanão, presidente-executivo da Abimapi.

DESEMPENHO POR CATEGORIA

Pães & Bolos Industrializados

As categorias movimentaram um total de USD 112,3 milhões de produtos exportados – receita de 44% a mais que em 2020 – resultante da venda de 114 mil toneladas de produtos, totalizando 30% de aumento frente ao ano anterior (71 mil toneladas).

É a primeira vez que uma categoria do setor atinge, sozinha, mais de 100 mil toneladas de exportações em apenas um ano. Entre os principais produtos estão os panetones, que superaram a margem de US$ 20 milhões e 6 mil toneladas. As vendas do produto atingiram principalmente os Estados Unidos, Peru, Paraguai, Japão e o Uruguai.

O pão de forma, por exemplo é sinônimo de praticidade e vida útil prolongada conforme investimentos das indústrias do setor. Foi um dos itens que mais cresceu na pandemia – em 2019 foram apenas 155 toneladas e em 2021 já foram quase 2,5 mil toneladas exportadas, incremento de quase 20 vezes em apenas 2 anos.

Massas Alimentícias

A categoria totalizou USD 17,6 milhões e 17 mil toneladas em volume de vendas. Em 2021 o Brasil fortaleceu particularmente as exportações de massas com ovos, registrando um aumento de 116% em volume. A Venezuela, com alto consumo per capita de macarrão e responsável por 60% das exportações brasileiras da categoria, aumentou sua demanda na ordem de 4 mil toneladas (2019/2020) para 10 mil toneladas (2021).

Muito além, as massas instantâneas, também conhecidas pela praticidade favorecidas como opções para almoço e jantar no Brasil e no mundo, dobraram nas vendas internacionais desde o início da pandemia (de 1,7 mil toneladas de 2019 para 3,1 mil toneladas de 2021). O foco do segmento é na América do Sul, com destaque para Uruguai, Paraguai, Colômbia e Argentina.

Biscoitos

Somaram USD 115,5 milhões em faturamento e 68 mil toneladas de produtos exportados, apontando crescimento em faturamento e volume de 23% e 21%, respectivamente, quando comparado ao mesmo período de 2020.

Os biscoitos são um importante balizador das vendas internacionais do setor, pois estão entre os itens historicamente mais exportados. Em 2020, a categoria sentiu o impacto da pandemia contabilizando leve retração. Por isso, a retomada do crescimento em 2021 em mercados tradicionais, como Paraguai, Argentina, Angola e Moçambique, sinalizam normalização dos negócios. Vale destacar que, depois da América do Sul, a África Subsaariana foi a maior região de destino das exportações de biscoitos brasileiros.

PERSPECTIVAS

Apesar dos excelentes resultados de 2021, a associação espera um crescimento mais equilibrado nas exportações, na ordem de 10% em faturamento 15% em volume, especialmente em mercados como a Venezuela, que tiveram demanda abrupta em decorrência da pandemia.

Mesmo que as atividades virtuais tenham mantido o networking global considerando os cerca de US$ 5 milhões gerados em 2021 pelo setor, a retomada de eventos presenciais a exemplo das feiras internacionais, sinaliza perspectiva de maior estabilidade no ambiente de negócios. Como exemplo, a ABIMAPI, em parceria com a ApexBrasil, participará pela 1ª vez de uma feira presencial após o início da pandemia. A feira ISM, especializada em biscoitos, doces e aperitivos, volta a ocorrer depois de 2 anos em Colônia, Alemanha, mobilizando os empresários ao reencontro presencial.

Fonte: Apex-Brasil

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