Produção de petróleo da Opep tem mínima desde 2011 com cortes sauditas e sanções
A produção de petróleo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) atingiu uma mínima de oito anos em julho, à medida que mais cortes voluntários pela Arábia Saudita aprofundaram perdas causadas pelas sanções dos Estados Unidos ao Irã e problemas na oferta de outros países do grupo, mostrou uma pesquisa realizada pela Reuters.
Os 14 membros da Opep bombearam 29,42 milhões de barris por dia (bpd) neste mês, segundo a pesquisa, 280 mil bpd a menos que os valores atualizados de junho e menor nível total para o grupo desde 2011.
A pesquisa sugeriu que a Arábia Saudita está mantendo seu plano de restringir produção voluntariamente em mais do que o combinado por um acordo de oferta liderado pela Opep para apoiar o mercado. A Opep renovou o pacto neste mês, dando de ombros para a pressão do presidente dos EUA, Donald Trump, que desejava uma maior oferta.
Apesar da menor produção da Opep, o valor do petróleo Brent recuou de sua máxima de 2019, atingida em abril, de 75 dólares por barril, para 65 dólares nesta quarta-feira, pressionado por preocupações a respeito do lento crescimento econômico.
“Os grandes estoques globais de petróleo não diminuíram e o mercado permanece bem suprido”, disse Stephen Brennock, da corretora PVM, apesar dos cortes liderados pela Opep.
Opep, Rússia e outros não-membros, conhecidos como Opep+, concordaram em dezembro com a redução de oferta em 1,2 milhão de bpd a partir de 1º de janeiro deste ano. A parcela da Opep no corte é de 800 mil bpd, que deve ser realizada por 11 membros, isentando Irã, Líbia e Venezuela.
Em julho, os cortes do grupo representaram 163% do acertado no acordo, segundo a pesquisa. Os três países isentos também produziram menos.
A maior redução foi da Arábia Saudita, que reduziu a oferta além do acordado para tentar reduzir os estoques. A pesquisa projetou que o reino produziu 9,65 milhões de bpd, abaixo de sua cota de 10,31 milhões de bpd.
A produção em julho foi a menor da Opep desde 2011, se desconsideradas mudanças na composição do grupo que aconteceram desde então, mostrou a pesquisa, que tem como base dados de fontes externas, informações sobre fluxo de petróleo do Refinitiv Eikon e dados de fontes, além da Opep e consultorias.
Fonte: Reuters