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Postado em 22 de fevereiro de 2021 | 18:17

Sem experiência em óleo e gás, indicação de Silva e Luna vai na contramão de requisito desejável para Petrobras

O nome indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para assumir a Petrobras, o general da reserva Joaquim Silva e Luna, vem de uma experiência recente como diretor-geral brasileiro de Itaipu Binacional, mas sem currículo no setor de óleo e gás.

A indicação vem na contramão das qualificações desejáveis para o cargo, segundo a própria governança da estatal. Embora não haja um veto a profissionais oriundos de outras áreas, o estatuto social da Petrobras diz que os membros da diretoria deverão atender ao requisito de dez anos de experiência em liderança, “preferencialmente, no negócio ou em área correlata”.

No código de boas práticas de governança da companhia, as indicações e avaliações de elegibilidade de membros da diretoria deverão levar em consideração, entre outras diretrizes específicas, os requisitos de capacitação e gestão, como: pós-graduação, proficiência em inglês fluente e conhecimento na área de atuação pretendida.

A indicação de um militar vai também na contramão do perfil de presidentes da Petrobras no histórico recente da estatal. Desde a eclosão da Operação Lava-Jato, a empresa foi presidida ora por nomes de renome no mercado, ora por funcionários de carreira da própria companhia. Foi assim com Roberto Castello Branco, Ivan Monteiro, Pedro Parente, Aldemir Bendine e Maria das Graças Foster.

O nome do militar ainda precisa ser deliberado pelo conselho de administração da estatal. Compete ao Comitê de Pessoas verificar a conformidade do processo de indicação e realizar a avaliação de elegibilidade dos indicados para atuar como membros da Alta Administração.

Silva e Luna vem, basicamente, de experiência na área militar. Antes da diretoria-geral de Itaipu, o general serviu cinco anos no Ministério da Defesa, inicialmente como Secretário de Pessoal, Ensino, Saúde e Desporto; depois, como Secretário-Geral do Ministério; e por último, como Ministro da Defesa.

Nos 12 anos como Oficial General da ativa, foi comandante da 16ª Brigada de Infantaria de Selva, em Tefé, Amazonas, de 2002 a 2004; diretor de Patrimônio, de 2004 a 2006; chefe do Gabinete do Comandante do Exército, de 2007 a 2011; e chefe do Estado-Maior do Exército, de 2011 a 2014. Como Oficial Intermediário e Superior, comandou companhias de Engenharia de Construção na Amazônia. Além disso, foi instrutor nas Escolas de Aperfeiçoamento de Oficiais e na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, chefiou a Seção de Imprensa do Centro de Comunicação Social do Exército e comandou o 6º Batalhão de Engenharia de Construção, em Boa Vista, Roraima, de 1996 a 1998.

Silva e Luna se graduou e foi declarado Aspirante-a-Oficial da Arma de Engenharia, em 1972. Possui pós-graduação em Política, Estratégia e Alta Administração do Exército, em curso realizado na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (1998); pós-graduação em Projetos e Análise de Sistemas, em curso da Universidade de Brasília (1995); doutorado em Ciências Militares, realizado na Escola de Comando e Estado Maior do Exército (1987/88); e mestrado em Operações Militares, realizado na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (1981).

 

 

 

 

Fonte: Valor


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