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Postado em 4 de março de 2021 | 19:19

Quinto Diretor da Petrobras seguirá o CEO e deixará cargo

Um quinto membro do conselho da Petrobras do Brasil vai deixar o cargo, disse a empresa na quarta-feira, e as ações da produtora estatal de petróleo caíram mais de 3%, já que a turbulência na gestão não deu sinais de diminuir.

Um dia antes, outros quatro conselheiros renunciaram à Petróleo Brasileiro SA, como a empresa é formalmente conhecida. Suas mensagens, divulgadas em arquivo de segurança da empresa na noite de terça-feira, deram as razões para renunciar efetivamente uma semana e meia depois que o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, disse que estava demitindo o CEO da Petrobras, Roberto Castello Branco, após uma série de aumentos no preço do combustível.

A Petrobras disse em um arquivamento na quarta-feira que um quinto membro também não queria continuar.

Os cinco diretores foram nomeados pelo governo, que detém sete dos 11 assentos do conselho da Petrobras, mas os investidores os viam como oponentes ferrenhos da interferência do governo na empresa de capital aberto.

Depois de reclamar do aumento dos preços, Bolsonaro nomeou Joaquim Silva e Luna, general reformado do Exército que administrava a hidrelétrica de Itaipu, na fronteira com o Paraguai, como novo presidente.

Os investidores já estavam preocupados com a interferência do governo na política de preços da Petrobras, o que resultou em dezenas de bilhões de dólares em perdas nas administrações anteriores.

Castello Branco deve renunciar formalmente em assembleia de acionistas, cuja data ainda não foi definida. Os quatro membros do conselho também renunciariam nessa ocasião.

Anteriormente, o governo havia dito que queria que todos os diretores fossem reconduzidos, exceto Castello Branco, que como CEO automaticamente tem assento no conselho.

Dois membros que estão deixando o conselho disseram que não podiam aceitar uma nova nomeação por motivos pessoais, enquanto outro disse que seu mandato estava sendo “interrompido inesperadamente” sem explicação.

Outro disse que não iria continuar por causa de “mudanças na alta administração”.

As ações preferenciais da Petrobras caíram 3,6% no fechamento do pregão de São Paulo, mesmo com os futuros do petróleo Brent subindo 1,5%.

Em nota a clientes, analistas do Credit Suisse disseram que a notícia “pode ​​levar a uma maior influência do governo sobre (a Petrobras), dependendo do resultado final da eleição (do conselho de administração)”.

Em um depósito separado de valores mobiliários, a Petrobras estabeleceu os procedimentos para a assembleia de acionistas que resultará na substituição de Castello Branco.

A reunião será realizada 30 dias após a comunicação oficial. Entretanto, uma comissão irá apreciar as qualificações da Silva e Luna para aconselhar os acionistas sobre a adequação da sua nomeação.

O jornal O Estado de S. Paulo disse que a reunião do conselho estava sendo adiada devido a preocupações com as qualificações de Silva e Luna. A empresa negou, dizendo que a Petrobras não precisa esperar pela avaliação do comitê para convocar a reunião, mas deve enfrentar obstáculos burocráticos não especificados sob a lei de valores mobiliários brasileira.

 

 

 

Fonte: O Petróleo

 

 


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