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Postado em 14 de janeiro de 2020 | 19:59

Metas de acordo comercial EUA-China para commodities são exageradas, dizem analistas

Operadores e analistas do setor de commodities estão enfrentando dificuldades para entender como a China atingirá as surpreendentes quantias que se compromete a comprar dos Estados Unidos sob a fase 1 do acordo comercial entre os países.

A nação asiática prometeu adquirir 50 bilhões de dólares a mais em suprimentos de energia norte-americanos, e em dois anos ampliará as compras agrícolas junto aos EUA em cerca de 32 bilhões de dólares (que serão somados ao valor de referência de 24 bilhões de dólares, de 2017), segundo uma fonte informada sobre o acordo, a ser assinado na quarta-feira. O pacto também estipula aquisições de 80 bilhões de dólares adicionais em produtos manufaturados.

As cifras certamente diminuiriam o “gap” de aproximadamente 300 bilhões de dólares por ano no comércio entre os países. No entanto, analistas que estudam o fluxo de commodities da China permanecem céticos quanto à possibilidade de Pequim absorver tais quantidades de produtos norte-americanos sem comprometer os laços comerciais com outros fornecedores, afetar os próprios produtores domésticos e promover mudanças substanciais aos padrões e cotas de importação.

“Ou a China aumenta maciçamente as importações e reduz o superávit corrente da atual marca de 1,5% do PIB, ou se dedica a se afastar comercialmente dos atuais fornecedores de bens que competem com os EUA”, disse Alicia Garcia Herrero, economista-chefe para Ásia-Pacífico da Natixis em Hong Kong. “Vejo esse segundo cenário como muito mais provável.”

ENERGIA
A China terá de incluir cargas de petróleo, gás natural liquefeito (GNL) e matérias-primas petroquímicas —como etano e gás liquefeito de petróleo (GLP)— dos EUA para atingir a meta, disseram analistas e fontes comerciais chinesas.

Mas ainda assim haveria dificuldades, a não ser que novos acordos de fornecimento substituindo exportadores fossem assinados, segundo eles.

A meta de 50 bilhões de dólares é “muito agressiva e improvável de ser atingida”, disse Seng Yick Tee, analista da SIA Energy em Pequim, acrescentando que as exportações de produtos de energia dos EUA para a China somaram cerca de 8 bilhões de dólares em 2017 e 2018.

Fonte: Reuters


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