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Postado em 9 de julho de 2020 | 17:37

Governo está finalizando modelo de negócios para novas centrais nucleares no Brasil

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, anunciou no início da manhã de hoje (9) que o governo está finalizando um modelo de negócios que será apresentando a potenciais parceiros interessados em construir novas usinas nucleares no Brasil. A declaração foi feita durante uma conferência online da Agência Internacional de Energia (AIE), que reuniu diversos ministros de diferentes países nesta quinta-feira para debater a transição energética no mundo e os impactos da pandemia do coronavírus no setor.

A fala de Albuquerque acontece dias após de o governo brasileiro ter confirmado que o novo Plano Nacional de Energia (PNE) 2050, que será colocado em consulta pública em breve, vai prever a construção de até 10 GW nos próximos trinta anos, o que representaria a construção de oito usinas dentro deste período. O estabelecimento de um modelo de negócio para a construção dessas plantas é um tema central no setor atualmente. No mercado, o que se comenta é que para viabilizar os 10 GW previstos no PNE 2050, será fundamental a participação da iniciativa privada.

celsocunha-300x267O presidente da Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (Abdan), Celso Cunha, comentou as declarações do ministro e lembrou que a construção de oito usinas deve demandar um investimento de até US$ 50 bilhões em um período de 30 anos. “Para nós,  parece que devemos seguir com um modelo com a iniciativa privada. São cerca de R$ 300 bilhões em 30 anos, o equivalente a R$ 10 bilhões por ano. É um volume significativo e vamos precisar da participação da iniciativa privada”, opinou.

A inclusão da nuclear no discurso de Albuquerque dentro de um evento sobre transição energética é um recado claro do país para o mundo. Ou seja, o governo brasileiro está compromissado com o desenvolvimento da fonte no país, dentro seus esforços para tornar nossa matriz energética cada vez mais limpa.  Além da questão ambiental, há certamente também questões econômicas que pesaram nesta decisão. “A Agência Internacional de Energia Atômica, em conjunto com a World Nuclear Association, lançou recentemente um trabalho onde mostra que o custo da energia nuclear é muito mais baixo do que o de outras fontes. Este é um bom caminho que está sendo construído para o país”, opinou Cunha.

Ainda durante sua participação no evento da AIE, Bento Albuquerque destacou as medidas que o Brasil adotou para enfrentar a crise provocada pela pandemia do coronavírus, como o apoio aos consumidores de baixa renda de até 220 KWh e o empréstimo às distribuidoras no valor de até US$ 5 bilhões. Ele comentou ainda algumas ações previstas para modernizar o setor de energia brasileiro.

Fazemos planos para modernizar os ativos de transmissão, que devem atrair investimentos significativos nos próximos anos. Projetamos novas estruturas legais e regras de mercado para a modernização do setor de energia; e o novo mercado de gás com a excelente cooperação da AIE no programa de transição para energia limpa”, declarou.

O ministro revelou ainda o desejo do Brasil em desenvolver parceiras no setor de hidrogênio, como alternativa de produção de energia limpa e concluiu dizendo que saúda “o importante papel da Agência Internacional de Energia como líder nos esforços mundiais de transição energética, com um enfoque que engloba todos os combustíveis e todas as tecnologias”. O evento da AIE reuniu representantes de governos de outras importantes economias, como China, Japão, Canadá e outros. Os ministros presentes representavam quase 80% do consumo global de energia e das emissões mundiais de carbono.

 

 

Fonte: Petro Notícias


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