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Postado em 19 de janeiro de 2021 | 18:05

Syngenta vai exportar soja e milho para a China

A Syngenta vai exportar diretamente para a China uma parte da soja e do milho que recebe de produtores brasileiros via operações de barter, mecanismo pelo qual negocia sementes e defensivos em troca de grãos na colheita. A companhia já exporta café e algodão neste mesmo modelo, apelidado de “trading de butique”, pela plataforma Nutrade.

No caso da soja, as primeiras cargas devem sair do Brasil entre abril e maio, conta à coluna Dong Guo, diretor global da iniciativa Cadeia de Valor Agrícola. André Savino, diretor de marketing para a Syngenta Brasil, diz que não há competição com as tradings. “As operações compreendem apenas grãos referentes às tecnologias que fornecemos”, afirma.

A empresa não abre os volumes que espera alcançar, argumentando que dependerão do interesse dos produtores. Mas um terço das vendas no Brasil em 2019, de cerca de US$ 1 bilhão, teve como origem o barter.

Alvo
A prioridade dada à China neste momento se deve ao potencial de demanda e à proximidade com o mercado chinês – a Syngenta foi adquirida pela ChemChina em 2017. A empresa já tem um acordo de fornecimento com a Sinograin, que compra grãos para os estoques públicos do país asiático, e vai suprir esmagadoras de soja locais. A ideia também é abrir mais espaço para o café brasileiro no país. Hoje a multinacional envia a commodity principalmente aos Estados Unidos e à Europa. Já o algodão se destina à região da Ásia e Oceania.

Aposta
Para o milho, o potencial é incerto, já que o Brasil ainda discute com os chineses ajustes no protocolo fitossanitário de exportação. Mas Dong Guo é otimista, lembrando da necessidade da China do cereal para recompor o rebanho local, dizimado pela peste suína africana.

Parceria
A Syngenta espera firmar parcerias com tradings e operadores logísticos no Brasil para movimentar os grãos a serem exportados. “Como uma empresa de insumos agrícolas, nossa prioridade não é investir em instalações de comércio agrícola”, afirma Dong Guo.

Enxuga aqui
A francesa Vetoquinol desativou sua fábrica em São Paulo para concentrar as operações na unidade de Aparecida de Goiânia (GO). Segundo Jorge Espanha, presidente da empresa no País, a junção das unidades foi antecipada em um ano e meio como proteção contra o aumento de 32% dos custos por causa da pandemia de covid-19.

Avança lá
Em Goiás, a empresa de saúde animal planeja investir em estrutura e equipamentos para ampliar o fornecimento ao mercado interno e começar a exportar em 2022, com foco em países da América Latina. A ideia é aumentar em 30% a capacidade de produção ainda neste ano, para 7,5 milhões de unidades de produtos. Em 2020, somando a produção das unidades de São Paulo e Goiás, foram produzidos 5,5 milhões de medicamentos veterinários.

Amplia o foco
A agtech israelense Agritask espera ampliar de 700 mil para 1,5 milhão de hectares a área atendida no Brasil com sua plataforma de gestão agrícola. A meta em 2021 é expandir negócios para seguradoras – a startup fornece um sistema para gerir apólices, desde análise de risco até avaliação de sinistros. O segmento deve representar 50% a 60% da receita neste ano, contra 15% a 20% em 2020. “O mercado de seguradoras tem carência maior de plataformas digitais”, diz Amir Szuster, vice-presidente de vendas e novos negócios. A Agritask atua nos setores de grãos, algodão, café e maçã.

De fibra
Um estímulo para a startup são os 100 mil euros recebidos como prêmio em um desafio mundial de agricultura sustentável no setor de algodão, promovido pela BCI (Better Cotton Initiative). “O objetivo é que a plataforma seja usada para auxiliar a BCI no controle dos mais de 2 milhões de produtores certificados por ela no mundo, muitos deles no Brasil”, conta Szuster. Serão desenvolvidas ferramentas associadas à sustentabilidade, como controle de certificação para o mercado de créditos de carbono.

Sem demora
Produtores e importadores de biocombustíveis certificados para emitir Créditos de Descarbonização (CBIOs) podem agora acompanhar de perto as cotações desses ativos. Eles ganharam acesso à plataforma Trader, da B3, que permite consultar em tempo real os preços de cada negociação. Antes, só podiam obter essa informação por meio de escrituradores e custodiantes; ou ao final da sessão na bolsa, quando é publicado o volume de negociações e os preços máximo, mínimo e médio. A novidade também vale para distribuidoras de combustíveis, que são obrigadas a adquirir CBIOs.

Cadastro
Para usar essa ferramenta – antes restrita às instituições financeiras -, os interessados precisam abrir uma conta na B3. Fazer ordens de compra e venda, no entanto, ainda exigirá ação de um intermediário financeiro.

 

 

 

Fonte: Estadão


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