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Postado em 15 de agosto de 2019 | 18:40

Se Cristina Kirchner entrar e fechar a economia argentina, saímos do Mercosul, diz Guedes

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quinta-feira que se o futuro novo governo da Argentina fechar sua economia, o Brasil deixará o Mercosul, união aduaneira que também abarca Paraguai e Uruguai.

“Se a Cristina Kirchner entrar e fechar a economia, a gente sai do Mercosul”, disse ele em evento promovido pelo Santander em São Paulo.

Nesta semana, o mercado argentino sofreu forte abalo na esteira da esmagadora vitória do candidato de oposição Alberto Fernández nas eleições primárias, afetando severamente as chances de reeleição do presidente Mauricio Macri.

Fernández, que tem a ex-presidente Cristina Kirchner como sua companheira de chapa, abriu forte vantagem nas primárias em relação a Macri, que é defensor do livre mercado.

Em sua fala, Guedes defendeu que o Brasil nunca precisou da Argentina para crescer, frisando que o foco do governo é a recuperação da dinâmica de expansão da atividade econômica.

“O comércio exterior é uma cauda balançando, mas nossa preocupação principal é interna. O Brasil é uma economia continental e precisamos recuperar nossa dinâmica própria de crescimento. Nós não somos tão dependentes lá de fora”, disse.

“Se o mundo desacelerar, não creio que vamos ter tanto impacto aqui porque o Brasil virou uma ilha isolada”, completou.

Em meio a uma alinhamento entre Brasil e Argentina, o Mercosul fechou no fim de junho acordo de livre comércio com a União Europeia após negociações iniciadas há 20 anos.

Recentemente, o secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Marcos Troyjo, disse que há hoje “conexão e coincidência de propósitos” entre o presidente Jair Bolsonaro, Macri e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Já sobre as tensões comerciais entre Estados Unidos e China, Guedes avaliou que esta é uma briga que traz desconforto no mundo todo, mas ponderou que Trump foi eleito para isso.

“O que temos que fazer é nossa parte, consertar aqui dentro e esperar o pau comer lá fora. Se eles caírem lá fora, nós vamos continuar vendendo pra eles e continuar comendo pelas beiradas. Pode afetar alguns preços relativos, mas não temo que seja um impacto muito grande por aqui”, disse.

Fonte: Reuters


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