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Postado em 24 de agosto de 2020 | 17:16

Rumo (RAIL3) anuncia follow on, o que esperar da operação?

Em fato relevante divulgado na sexta-feira (14), a Rumo (RAIL3) anunciou que prepara uma nova emissão de seus papéis na bolsa de valores, processo conhecido como follow on. Segundo a empresa, a operação ofertará até 317,250 milhões de ações ordinárias, sendo 235 milhões referentes à oferta inicial e até 82,250 milhões em uma adicional, caso haja demanda pelos papéis.

As ações serão negociadas na B3 a partir do dia 26 de agosto e a fixação do preço será feita por bookbuilding – mecanismo que visa encontrar um preço do papel para uma oferta subsequente -, que será anunciado no dia 25. Levando em conta o valor da RAIL3 no dia do anúncio do follow on, R$ 22,02, o processo somaria até R$ 6,9 bilhões.

Segundo especialistas do mercado consultados pelo E-Investidor, a operação deve ser bem sucedida e deve melhorar a boa perspectiva da empresa. “Para saber se uma oferta será boa ou não, é necessário ver quais são os planos da empresa para usar os recursos levantados. A Rumo tem bons motivos”, diz Eduardo Cavalheiro, gestor da Rio Verde Investimentos.

No fato relevante, a companhia informa que os valores serão utilizados para antecipar o pagamento da renovação da malha paulista, que liga regiões produtoras de grãos do Centro-Oeste ao Porto de Santos. Além disso, a Rumo afirma que o capital arrecadado servirá para execução de outros planos de expansão. “Diversos projetos estratégicos foram impulsionados pela recente renovação antecipada da concessão da malha paulista”, afirma o comunicado.

Projetos favorecem a RumoComo o agronegócio foi um dos setores menos impactados pela pandemia da covid-19, por tabela, a Rumo também não teve sua operação prejudicada.

Para os especialistas, o fato da empresa ter planos de expansão aumenta ainda mais a perspectiva positiva no curto prazo. Fernando Siqueira, gestor de renda variável da Infinity Asset, explica que o principal projeto da Rumo é o de expandir  sua malha ferroviária e entrar com força no norte do Mato Grosso. “O estado é um dos principais na produção de grãos. Com a malha ferroviária chegando por lá, a empresa vai expandir bastante o volume transportado do produto”, diz Siqueira.

“A Rumo vai conseguir levar um volume muito maior de produção agrícola para trazer aos portos”, concorda Cavalheiro, ressaltando a relevância do projeto de aumentar a malha da companhia na região.

Além da renovação da concessão e dos projetos de expansão, outro fator que corrobora para a visão otimista da oferta é o fato das exportações e do dólar estarem em alta no ano. A grande valorização da moeda americana no ano beneficia as empresas exportadores e, por consequência,  as outras que fazem parte processo. “Quanto mais rentável for o processo de exportação, melhor para companhia”, afirma Siqueira, da Infinity Asset.

Apesar dos sinais positivos para empresa, os especialistas destacam a importância de o investidor avaliar se aceita os riscos ou não da operação e se o a ação está de acordo com seus objetivos.  “A visão é positiva, mas claro que há riscos”, diz o gestor da Infinity Asset. “É uma empresa de infraestrutura, ou seja, é investimento de médio e longo prazo”, comenta o gestor da Rio Verde.

 

 

Fonte: Estadão


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