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Postado em 21 de agosto de 2019 | 19:15

Exportação ajuda loja virtual a faturar mais gastando menos

A venda de produtos via internet vem aumentando no Brasil: segundo o PayPal, há mais de 900 mil lojas virtuais no país e, do ano passado para cá, o número de unidades abertas cresceu 40%.

Mas o Brasil está longe de atingir seu potencial exportador. “Há muito espaço disponível para produtos nacionais se posicionarem mundo afora”, afirma Xavier Aguirre, gerente de negócios sênior do eBay América Latina.

Usar uma loja virtual que já existe para exportar pode tornar o negócio mais eficiente, diz Gabriel Vouga, professor da Escola Superior de Empreendedorismo do Sebrae-SP.

Se você usa a mesma estrutura para atender a demanda de vários países, pode manter o custo fixo estável e aumentar não só as vendas como os preços —beneficiando-se da questão cambial.

Para fazer sucesso lá fora, não é preciso se restringir aos produtos típicos do país. Segundo o eBay, os produtos mais exportados por brasileiros com lojas virtuais são quadrinhos originais, ilustrações, equipamentos de som para veículos, relógios de pulso de luxo e produtos de beleza.

O Brasil pode ainda ser competitivo nos segmentos de cuidados pessoais, pets, jogos eletrônicos e moda, diz Vouga. “Como alvo principal temos os países da Europa e da própria América Latina.”

Apesar das vantagens, montar uma operação de varejo online não é trivial. A concorrência é enorme —é preciso se destacar entre pequenos comerciantes mundo afora para viabilizar o negócio.

Assim, é fundamental estudar bem o mercado, e de cara, decidir se irá vender em uma loja própria (ecommerce) ou em pontos de venda que agregam marcas (marketplaces).

Se a maior necessidade for atrair mais público e ter volume de vendas, embarcando na mídia espontânea promovida pelo site, o marketplace é a saída ideal.

Por um preço fixo —como se fosse um aluguel em um shopping center—, a plataforma dá segurança nas transações financeiras, resolve problemas com fraudes e se apresenta como uma opção segura para o consumidor.

Eletrônicos, móveis, utensílios domésticos, brinquedos e suplementos de marcas tradicionais não precisam de tanta propaganda, por serem conhecidos do público. Nesses casos, dizem especialistas, o marketplace cai bem.

Mas se o negócio envolver roupas, itens de decoração e de luxo, o ecommerce pode ser a melhor solução, porque a necessidade de reforçar a identidade da marca é maior. Nesse caso, é o dono quem arca com todos os custos —do design do site à manutenção da operação.

“Os varejistas precisam entender onde estão seus clientes, como fazem compras, e organizar experiências personalizadas para atingir o público-alvo”, diz Aguirre, do eBay.

No ano passado, a plataforma lançou o eBayMag, ferramenta em português que permite aos vendedores listarem seus produtos em nove versões internacionais do site. Em quase 12 meses, o número de usuários brasileiros praticamente dobrou.

Foi por marketplace que Barbara Kramer resolveu começar a exportar os biquínis de crochê de sua marca Saravah, criada em 2011. A ideia de vender para outros países nasceu em 2014.

“Eu estava apaixonada por um australiano que veio ao Brasil durante a Copa do Mundo. Como a ideia era ir morar com ele, passei a testar vender para a clientela estrangeira.”

Primeiro, passou a ofertar seus produtos no Etsy, marketplace voltado a peças de design, decoração e artesanato. “O site dá menos trabalho, a logística já está pronta, você só tem que seguir.”

O romance acabou, ela não foi para a Austrália, mas como as vendas internacionais iam bem, continuou. Para artesãos, exportar é um bom caminho, diz ela.

“O trabalho manual é muito mais valorizado fora. Ouvi muita cliente brasileira perguntando se eu não faria desconto, já que suas avós também faziam coisas parecidas.”

Fonte: Folha de S. Paulo


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