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Postado em 28 de janeiro de 2019 | 18:08

Dia do Trabalhador Portuário: Novo profissional, capacitado e flexível

Um trabalhador flexível, preocupado com produtividade e com foco em sua capacitação e no crescimento pessoal. Este é o perfil dos profissionais que atuam no setor portuário nos dias de hoje. Seja qual for a função desempenhada, essas características são fundamentais para garantir a eficiência das operações e os constantes recordes superados no Porto de Santos.

O trabalhador portuário comemora o seu dia em 28 de janeiro. A data é a mesma da abertura dos portos brasileiros ao comércio exterior, em 28 de janeiro de 1808. Antes disso, a atividade restringia-se à relação comercial entre Brasil e Portugal.

Muito tempo se passou desde a abertura dos portos e, nos últimos anos, as mudanças foram constantes. Parte disso se deve ao fato de que a tecnologia se torna cada vez mais importante e presente nas operações portuárias. E isto também mudou drasticamente o perfil do trabalhador.

“O profissional de antigamente tinha como foco o trabalho mais pesado. Muitos acreditavam que a postura tinha que ser mais dura para que fossem respeitados, mas hoje isso mudou muito e os trabalhadores portuários têm uma boa noção da importância do trabalho em equipe. Eles se aperfeiçoam e não se acomodam, conhecem seus direitos e também seus deveres”, afirmou a consultora de Desenvolvimento Humano Rita Zaher.

Mas hoje, as características de um trabalhador portuário são bem diferentes. Quem pretende garantir uma vaga neste mercado precisa estar atento e, além de se qualificar, deve mostrar que é capaz de se adaptar a diversas atividades e mudanças. A opinião é do especialista em Recursos Humanos Fábio Sartori.

“O perfil do trabalhador portuário que as empresas buscam é um profissional que reúne grandes competências comportamentais desenvolvidas, tais como proatividade, adaptabilidade à mudança, foco em resultados, pois com a grande competitividade instalada há alguns anos neste mercado, estas competências fazem a diferença na hora da contratação”, afirmou.

De acordo com Rita Zaher, o bom profissional da área portuária, seja ele operador ou de funções administrativas e gerenciais precisa sair do lugar, relacionar-se e mostrar-se disposto a aprender. Além disso, precisa ter fácil comunicação, saber lidar com as próprias emoções e dominar a língua inglesa.

“O setor portuário aceita melhor os profissionais que têm flexibilidade e conseguem transitar pelas diferentes áreas e hierarquias com simplicidade e transparência. É comum profissionais de fora não se adaptarem ao setor por não estarem acostumados com as diferentes personalidades e os diferentes ambientes encontrados no Porto”, afirmou Rita.

Acomodados não têm vez

Profissionais que não buscam qualificação, que se recusam a aprender e que não têm fácil adaptação dificilmente conseguem uma vaga como portuário. Também é preciso saber lidar com prazos e com a pressão, dada a importância da manutenção de índices de eficiência e produtividade.

“O profissional resistente à mudança, que não entende principalmente que o mercado atual está em um momento de fazer mais com menos, ou seja, mais funções com menos profissionais, e possui uma postura ofensiva de reclamação, não terá tanto espaço no atual cenário”, disse Sartori.

Realização profissional

Trabalhar no setor portuário não era o sonho inicial do analista de execução operacional da Brasil Terminal Portuário (BTP), Marcelo Donazzi Ribeiro. Mesmo com o incentivo do pai, o guarda portuário Orlando Carlos Ribeiro, ele tentou outras carreiras até encontrar no Porto de Santos sua realização profissional. Hoje, pretende ampliar conhecimentos, crescendo na carreira e, consequentemente, na vida pessoal.

“Desde que entrei no Porto, o que mudou foi para muito melhor. Tenho orgulho do que faço, do caminho que percorri. É claro que tem cobrança, tem meta, mas vale a pena”, disse o trabalhador portuário, que está prestes a completar cinco anos na BTP, um dos principais terminais de contêineres do País.
Neste tempo, já mudou de função. No início, ele era responsável pela operação de carretas no terminal. Agora, cuida da produtividade de equipamentos, da segregação e da logística de contêineres que entram e saem do terminal.

A mudança de função aconteceu após processo de qualificação e prova realizado pelo próprio terminal. Formado em Gestão Portuária, Donazzi foi o profissional que mais se destacou no processo seletivo.
“É preciso correr atrás, trabalhar direito, procurar, estudar. Quem quer subir corre atrás. É preciso abraçar as oportunidades”. Para ele, o sucesso depende, além de força de vontade, de gosto pela função, de entender as atividades e a logística do Porto.

A mesma opinião tem o assistente de RTG da Santos Brasil, Reinaldo Garcia da Silva, que atua na empresa há 13 anos. “Minha vida mudou 100%, 200% quando entrei. Tanto na parte financeira como no relacionamento pessoal, com colegas e na vida”.

De uma família de portuários, o trabalhador não imagina como seria a sua vida fora do Porto de Santos, onde pretende continuar a atuar até se aposentar. Mas isso não significa que ele não pense em aprender novas funções.

“O que a gente enxerga em 10, 15 anos é que tem que acompanhar a tecnologia, a evolução, senão ninguém mais vai trabalhar. É preciso investir em cursos de qualificação”.

Fonte: A Tribuna


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