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Postado em 22 de setembro de 2021 | 17:01

Criação do DT-E é bem recebida por setores de logística e comércio

Segmentos avaliam que a simplificação de processos reduz custos e aumenta margens de lucro dos transportadores, o que deve contribuir para a renovação da frota.

A aprovação pela Câmara dos Deputados da Medida Provisória 1051/21, que cria o Documento Eletrônico de Transporte (DT-e), está sendo bem recebida pelo setor logístico e por empresas ligadas ao comércio de veículos de carga. Apesar de reconhecer a necessidade de ajustes no texto, a expectativa do segmento é que a digitalização trazida pelo novo sistema para a autorização dos serviços de transportes de carga reduzirá custos, aumentará as margens de lucro dos transportadores e, consequentemente, contribuirá para a renovação da frota.

Na prática, o DT-e reunirá, em um único documento, todos os dados, obrigações administrativas, informações sobre licenças, registros, condições contratuais, sanitárias, de segurança, ambientais, comerciais e de pagamento, inclusive valor do frete e dos seguros contratados. No modelo atual, as empresas e os motoristas autônomos têm de juntar uma quantidade considerável de documentos, o que exige tempo, paciência e gera mais gastos.

“Em breve o setor estará mais dinâmico, com mais contratos sendo fechados e mais dinheiro em circulação, o que movimentará a cadeia. A consequência disso no médio e longo prazo é o aumento da procura por veículos de carga. Claro que isso não acontece do dia para a noite. É um processo que exige algum tempo para ser notado.” – Hovani Argeri, diretor geral de Operação da Via Trucks.

O executivo aponta outros benefícios do DT-e, como a possibilidade de o motorista autônomo contratar pessoas jurídicas para administrar seus direitos relativos ao frete, podendo ser, inclusive, associações ou sindicatos da categoria. “São pontos que tornam os contratos mais seguros. E segurança é um item importante para bancos e financeiras quando falamos em política de juros mais baixos para um caminhoneiro que necessite de crédito para trocar seu veículo”, avalia Argeri.

A questão da segurança é apontada como uma vantagem também por Alexandre Pegoraro, CEO da Kronoos, plataforma de compliance que realiza pesquisas em mais de 2,5 mil fontes para conferir a idoneidade de pessoas e empresas.

“Com o sistema digitalizado as empresas contratantes de fretes terão maior agilidade para constatar a idoneidade dos prestadores de serviço, assim como as instituições financeiras também terão condições mais eficientes de aplicar suas políticas para concessão de crédito. A evolução dos sistemas que permitem aumentar o compliance tem se mostrado benéficas em todos os setores e não será diferente no transporte de cargas.” – Alexandre Pegoraro, CEO da Kronoos.

APROVAÇÃO

A implantação do DT-e seguirá um cronograma proposto pelo governo federal, que poderá firmar convênios com os governos municipais, estaduais e distrital para incorporar outras informações de competência desses governos, como sobre tributos e outras obrigações relacionadas ao transporte de cargas rodoviário e dutoviário.

O texto ainda será votado pelo Senado. Se aprovado, os entes federados que aceitarem participar de forma integrada do DT-e deverão providenciar o fim dos documentos físicos de forma gradativa dentro de 12 meses a partir da data de publicação no Diário Oficial da União.

 

 

 

Fonte:  Mundo Logística


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