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Postado em 27 de janeiro de 2021 | 18:08

Cresce dependência de estradas para exportar grãos, diz estudo

O agronegócio brasileiro depende hoje um pouco menos das estradas do que dependeu no passado. Ainda assim, nas exportações, principalmente de soja e milho, o peso da matriz rodoviária tem crescido no país, segundo um estudo feito em conjunto pelo Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial (EsalqLog), da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq/USP), e o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Na soja, a dependência do transporte rodoviário caiu de 74,7% em 2010 para 67,4% em 2019. Em contrapartida, a movimentação por ferrovias cresceu de 20,2% para 24%, enquanto a movimentação hidroviária passou de 5,1% para 8,6% no período.

Quando se fala apenas de exportações de soja, no entanto, a participação do modal rodoviário subiu de 44,7% (2010) para 49,1% (2019). No mesmo período, o uso de ferrovias caiu de 47% para 38,3% e o de hidrovias cresceu de 8,3% para 12,6%.

No caso do milho, o estudo mostra que os caminhões enviaram a maior parte do grão da fazenda para os principais destinos (doméstico e portos), respondendo por quase 69% dos movimentos totais em 2019. As participações de ferrovias e hidrovias foram de 21% e 10%, respectivamente.

A participação das rodovias no transporte de milho caiu de 83,8% em 2010 para 69,2% em 2019. Mas, nas exportações do cereal, a dependência do transporte rodoviário subiu de 20% para 31%, enquanto a das hidrovias passou de 2,5% para 19,5%. O peso das ferrovias, por sua vez, diminuiu de 77,5% para 49,5%.

Segundo o levantamento, a distância média percorrida por um caminhão para levar soja e milho das fazendas para qualquer destino que não seja os terminais ferroviários e de barcaças é de 357 quilômetros. As ferrovias transportam milho a uma distância média de 1.258 quilômetros e a soja, por 1.047 quilômetros.

O estudo foi conduzido pelo pesquisador e coordenador técnico da EsalqLog, Thiago Guilherme Péra, pelo professor José Vicente Caixeta-Filho, coordenador geral do grupo, e pela economista sênior do Agricultural Marking Service do USDA, Delmy L. Salin.

 

 

 

Fonte: Valor


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