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Postado em 18 de novembro de 2020 | 20:23

Cosan enxerga demanda por combustíveis nos níveis pré-pandemia

De acordo com o gerente-executivo de relações com investidores da Cosan, Phillipe Casale, a demanda brasileira de combustíveis confirmou no terceiro trimestre a recuperação que se desenhava em junho, na esteira da flexibilização das medidas de isolamento social, e o retorno já voltou aos níveis vistos antes da pandemia de covid-19. “Vimos uma nítida melhora no ambiente de negócios, apesar do cenário de volatilidade, mas sem oscilação brusca de preços e com a demanda perto da normalidade”, afirmou, em teleconferência com analistas nesta segunda-feira.

No intervalo, o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da Raízen Combustíveis totalizou R$ 906,8 milhões, 37,1% acima do visto em igual trimestre de 2019. No segundo trimestre, o resultado operacional havia sido negativo em R$ 213,3 milhões. A melhora reflete a recuperação dos negócios no Brasil e o forte avanço dos resultados da Raízen na Argentina.

De julho a setembro, a forte demanda de diesel se destacou no Brasil, puxada pelo agronegócio e pela retomada da produção industrial. No ciclo Otto (gasolina e etanol), as vendas seguiram afetadas pelo menor consumo na esteira da pandemia e o segmento de aviação confirmou que a recuperação será “de fato, mais lenta”, conforme o executivo.

No país, o Ebitda da Raízen Combustíveis ficou em R$ 611,1 milhões, queda de 4,5% na comparação anual, pressionado pelas vendas menores no ciclo Otto, no segmento de aviação e custos relacionados ao RenovaBio, com impacto de R$ 25 milhões no terceiro trimestre. Ainda assim, a margem Ebitda por metro cúbico passou de R$ 91 a um ano para R$ 95,30.

Frente ao segundo trimestre, houve recuperação do resultado operacional na esteira da expansão do volume vendido, maior eficiência operacional e ganhos com a estratégia de suprimento.

Conforme Casale, o Grupo Nós, joint venture com a Femsa na área de varejo de conveniência e proximidade, vai inaugurar ainda neste ano as primeiras lojas próprias com a bandeira Oxxo e tem dado continuidade à abertura de lojas Shell Select, sobretudo no modelo de franquias. O primeiro centro de distribuição também será inaugurado neste ano e até o fim do ano-safra, serão 1,1 mil unidades.

Na Argentina, acrescentou o executivo, a Raízen registrou forte recuperação da demanda, com melhora no resultado operacional apoiada ainda na queda do custo unitário e no aumento gradual dos preços de combustíveis no país vizinho. “O quarto trimestre deve ter demanda parecida [de combustíveis no país] com o terceiro trimestre”, acrescentou Casale.

Depois de meses bastante difíceis no segundo trimestre, os números do terceiro trimestre mostram “boa tendência de recuperação da economia” e os resultados da Cosan confirmam a robustez de seu portfólio de negócios, segundo Casale. Conforme o executivo, o intervalo foi marcado pela aceleração da demanda em combustíveis, lubrificantes e gás natural.

“A pandemia segue afetando as empresas e a vida das pessoas, portanto seguimos atentos”, afirmou. O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da Cosan no terceiro trimestre totalizou R$ 1,7 bilhão, com alta de 6% na comparação anual e três vezes acima do resultado operacional no segundo trimestre, que concentrou os efeitos negativos da pandemia.

No acumulado dos nove meses do ano, o Ebitda ajustado de cerca de R$ 4 bilhões ficou 6,2% abaixo o visto no mesmo intervalo de 2019 e “boa parte” da variação negativa reflete os resultados dos negócios que foram mais afetados pela pandemia, que “já apontam para níveis mais normais no segundo semestre”. “Essa tendência deve se manter no quarto trimestre”, comentou.

IPO da Compass

Diante da piora da condições de mercado e da disciplina de alocação de capital, o adiamento da oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da Compass foi “a melhor decisão”, na visão de Casale. “A melhor decisão foi adiar, mas nada muda em relação ao planejamento estratégico”, comentou.

Com o plano estratégico mantido, a Compass anunciou ao mercado que fez uma oferta pela fatia de 51% da Petrobras na Gaspetro, mas Casale não deu detalhes do processo por causa do acordo de confidencialidade firmado. Questionado sobre o potencial interesse na fatia remanescente da Gaspetro, detida pela Mitsui e que poderá ser colocada à venda conforme o Valor informou, o executivo disse que não há intenção ou decisão de comprar também essa participação. “Estamos focados na fatia da Petrobras”, disse.

O executivo comentou ainda que o resultado operacional da Comgás, distribuidora de gás natural, já chegou a níveis próximos aos vistos antes da crise desencadeada pela pandemia, beneficiado sobretudo pela retomada da demanda no setor industrial. No segmento comercial, a retomada tem sido mais lenta.

Na Moove, de lubrificantes, o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) trimestral de R$ 177 milhões foi recorde e cresceu mais de 100% na comparação anual. “Uma parcela da demanda do segundo trimestre ficou para o terceiro trimestre, o que explica o Ebitda recorde”, explicou.

Em termos consolidados, a Cosan registrou consumo de caixa de R$ 1,5 bilhão no terceiro trimestre, afetada pelos estoques mais altos de açúcar e etanol, dispêndios na Compass e aquisição da Rumo na oferta subsequente de ações no valor de R$ 290 milhões.

Diante disso, a alavancagem financeira medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda subiu de 2,4 vezes em junho para 2,7 vezes. Conforme Casale, a expectativa é a de que esse índice volte aos níveis normais, entre 2 vezes e 2,5 vezes, nos próximos dois trimestres.

O executivo comentou ainda que os comitês formados pela Cosan para executar a reorganização societária no grupo, que ficará com apenas uma holding, seguem trabalhando para definir as relações de troca de ações.

 

 

 

Fonte: Globo


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