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Postado em 25 de abril de 2019 | 16:34

Brasil retoma exportações de arroz para a Venezuela

Mais de seis meses após fechar o último contrato de exportação de arroz em casca para a Venezuela, cujo volume residual foi carregado em março/abril no Rio Grande do Sul, o Brasil voltou a vender o grão in natura para o vizinho país. Uma trading brasileira consolidou a venda de 30 mil toneladas para embarque na primeira quinzena de maio, em Rio Grande (RS). O volume já está comprado, a preço médio de R$ 45,50/50kg (R$ 910,00/Tonelada, ou US$ 230/t) FAS Rio Grande com CDO e Funrural incluídos.

O valor equivale a média entre R$ 39,50 e R$ 40,00 na Fronteira Oeste. A operação se dá no mesmo formato da maioria das vendas realizadas em 2017 e 2018, via intermediação de uma operadora chinesa e triangulação com petróleo. A China adquire petróleo venezuelano e paga com arroz brasileiro. A expectativa do trader responsável pelo negócio é de que nos próximos 60 dias a Venezuela volte a adquirir pelo menos de dois a três navios para atender o limite mínimo de consumo da última temporada.

“A diferença é que ao invés de realizar as compras de três em três navios, como no ano passado – que somavam 90 mil toneladas de arroz – agora estão comprando barco por barco”, reconhece o negociante.

O país vizinho, que foi o maior cliente brasileiro em 2018, com mais de 600 mil toneladas adquiridas, enfrenta sérios problemas de crédito e atraso de pagamentos, reflexo de uma crise política e econômica sem precedentes. A inflação no país beirou 1 milhão por cento. Por isso, apenas operações que se configuram praticamente como escambo – troca de mercadorias – estão sendo realizadas para abastecer o mercado local.

Os exportadores torcem por uma normalização da conjuntura política do país do norte continental, pois isso daria segurança para a retomada dos negócios. Operadores acreditam que o Brasil poderia exportar de 300 a 400 mil toneladas de arroz em casca para a Venezuela até fevereiro de 2020 sob as atuais condições de preços internacionais/nacionais e câmbio. No entanto, com a evolução das cotações domésticas e uma expectativa de que a reforma previdenciária passe no Congresso Federal no início do segundo semestre, há uma possibilidade de o Real se valorizar sobre o dólar e retirar a competitividade brasileira. Além disso, a partir de agosto os Estados Unidos colhem nova safra e passam a competir com muita força no comércio regional.

Fonte: Planeta Arroz


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