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Postado em 9 de fevereiro de 2020 | 19:33

Suspeitas de coronavírus afetam a navegação mundial

Os riscos de contaminação pelo coronavírus forçaram mudanças na navegação mundial, com desvios de rotas de armadoras. As empresas já evitam passar por regiões da Ásia em que há muitos casos da doença. Este fato, aliado à paralisação das atividades na China, poderá causar congestionamentos em terminais portuários após a retomada das atividades no país asiático.

A análise é do diretor-executivo do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de São Paulo (Sindamar), José Roque. Segundo ele, os embarques de contêineres devem sofrer impacto com a redução de transporte nas rotas da Ásia.

“Os navios estão saindo da China com a sua capacidade de embarque prejudicada, com a significativa queda nas exportações, com alguns portos fechados. A volta à normalidade nos portos chineses poderá causar impactos nas indústrias, que reduziram a demanda por matérias-primas, e terminais, com possíveis congestionamentos”, explicou Roque.

Para o executivo, os riscos de contaminação no Porto de Santos são muito baixos. Um dos motivos é o tempo de viagem da China até o Brasil, que supera 40 dias. E o tempo de incubação do vírus dura, em média, 14 dias. Portanto, é provável que os sintomas sejam apresentados durante a navegação. Assim, as autoridades sanitárias terão tempo para evitar contaminações no Brasil.

“Apesar de toda a preocupação recomendável, o Porto de Santos, as autoridades de saúde e demais órgãos anuentes e o agenciamento marítimo estão preparados e muito bem instruídos como devem atuar em caso suspeito, inclusive reuniões são realizadas sempre que necessárias”, explicou o representante do Sindamar.

Às agências de navegação, cabe, entre outras coisas, informar casos suspeitos à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Com a ampliação da região de risco para toda a China, as pessoas vindas deste país nos últimos 14 dias e que apresentem febre e sintomas respiratórios podem ser considerados suspeitas.

Elas devem ser mantidos em isolamento enquanto houver sinais e sintomas clínicos. Casos descartados laboratorialmente, independente dos sintomas, podem ser retirados do isolamento.

“A preocupação do agenciamento marítimo é monitorar os casos de tripulantes procedentes da China que desembarcam em outro país e, posteriormente, viajam para embarcar no navio no Brasil ou que ocorram mudanças de tripulação nos portos brasileiros”, disse Roque.

Segundo o executivo, navio com caso suspeito a bordo atracará. Porém, não poderá operar até que as autoridades sanitárias concluam os exames para saber se o tripulante contraiu o vírus. Durante todo esse período, ele deve permanecer confinado no camarote do navio. “A princípio o berço estabelecido para atracação é o do Armazém 35”.

Fonte: A Tribuna


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