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Postado em 2 de dezembro de 2019 | 20:18

Reconstrução da economia é aposta no mercado de importação

O crescimento de 11% nas importações entre agosto e setembro impulsionou as expectativas para o comércio exterior neste ano. Segundo a Maersk, líder mundial no transporte de contêineres, as boas estimativas se devem ao salto de 16% nas importações de produtos asiáticos antes do Natal. Para o próximo ano, embarques e desembarques devem crescer 4% e 5%, respectivamente.

“O cenário claramente permanece confuso e ainda estamos longe dos volumes de importações de 2014, mas vemos 2020 como um ano de reconstrução econômica antes que o Brasil realmente comece a crescer novamente em 2021”, afirma o gerente de Produto da Maersk para a Costa Leste da América do Sul, Matias Concha.

Esses resultados são esperados com base nos sinais de retomada do consumo brasileiro, principalmente no setor de eletrodomésticos e eletrônicos. Segundo a armadora, essa é a primeira vez em que o volume de importações brasileiras cresce em dois dígitos desde o terceiro trimestre de 2017.

Por outro lado, houve quedas no segmento de bens de vestuário e recreação, bem como produtos manufaturados prontos, que caíram 5% e 8% respectivamente, no terceiro trimestre.

“Os números do terceiro trimestre estão parecendo muito melhores em parte devido a uma baixa base de comparação, pois temos o impacto da greve dos caminhoneiros no ano passado nos segundos e terceiros trimestres de 2018 e 2019, mas esse impacto finalmente passará assim que entrarmos no primeiro trimestre de 2020”, destaca Concha.

De acordo com a armadora, o terceiro trimestre foi desafiador para o transporte de aves, carne bovina e outras carnes caindo 7%, 3% e 3%, respectivamente. Mas o volume de carne bovina deverá atingir um pico no quarto trimestre, graças à crescente demanda chinesa.

“De modo geral, foi um ano bom. A China sofreu com a febre suína e a opção foi mudar o consumo para carne de vaca. Por isso, houve crescimento em relação ao ano passado”, afirma o diretor Comercial da Maersk para a Costa Leste da América do Sul, Gustavo Paschoa.

IMO

Para o diretor Geral da Maersk para a Costa Leste da América do Sul, Antonio Dominguez, além da retomada do consumo, há outro motivo por trás do aumento das operações.

“O mercado está preocupado sobre a implementação da nova regulação IMO 2020, o que levará a um aumento nos preços do frete a partir de dezembro devido ao acréscimo dos custos de combustível. Por sua vez, isso está levando a um aumento no volume comercial em todo o mundo e não apenas no Brasil”, explica o executivo da Maersk.

A questão gira em torno do aumento de custos com combustíveis com baixo teor de enxofre. Para atender ao regulamento, a Maersk deve desembolsar US$ 2 bilhões.

A armadora já investiu US$ 260 milhões na adequação de suas frotas e está trabalhando para garantir que seus cerca de 700 navios estejam adequados a essa nova exigência no ano que vem. Para a indústria global de contêineres, o investimento pode chegar a US$ 15 bilhões.

Desafios para 2020

“No momento, temos que ver como o regulamento da IMO 2020 impactará nos volumes do primeiro trimestre, pois o quarto trimestre provavelmente também será mais forte devido à corrida para transportar mercadorias antes que os custos com combustível aumentem”, diz Concha.

Já Paschoa destaca alguns desafios globais como a disputa comercial entre Estados Unidos e China, que pode gerar oportunidades para o Brasil, além das incertezas com relação ao Brexit.

Fonte: A Tribuna


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