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Postado em 3 de abril de 2019 | 19:00

Para produtores, importar porco dos EUA será desastroso para o Brasil

As entidades de produtores de suínos do país não gostaram nem um pouco da possibilidade de o Brasil abrir o mercado para a importação de carne suína dos Estados Unidos, conforme prometido pelo governo Bolsonaro em visita àquele país.

“O setor está sendo usado indevidamente como moeda de troca. É um equívoco grande porque temos produção suficiente e viemos de um 2018 de muitas dificuldades, com o embargo da Rússia, nosso então maior importador”, declarou Valdecir Folador, presidente da Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul, em matéria produzida pelo UOL.

Para o presidente da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos, Losivanio Luiz de Lorenzi, a importação não é viável porque, além da questão sanitária, o custo de produção da carne suína americana é mais alto. O rebanho suíno brasileiro é livre de pelo menos duas graves doenças virais que sofrem os suínos norte-americanos: a PED (Diarreia Epidêmica dos Suínos) e a PPRS (Síndrome Respiratória e Reprodutiva dos Suínos).
Segundo Lorenzi, as empresas brasileiras que exportam a carne suína para mais de 90 países vão se opor à entrada no mercado interno de carne dos EUA sem contrapartidas.

O Brasil é o 4º maior produtor e 4º maior exportador de carne suína do mundo. Seu maior comprador é a China. A região Sul é a maior produtora e exportadora de carne suína e Santa Catarina, com 8.000 produtores, único estado livre de vacinação contra aftosa, lidera o ranking brasileiro de exportação, com 53%.

Segundo Marcelo Lopes, presidente da ABCS (Associação Brasileira de Criadores de Suínos), o setor tem oferta de carne suficiente a preços acessíveis ao consumidor. Além disso exporta 21% de sua produção, emprega mais de 126 mil trabalhadores diretos e 923 mil indiretos e movimenta mais de R$ 149 bilhões por ano.

O acordo que só beneficia os americanos, foi feito pela ministra da Agricultura, Tereza Crisitna, que integrou a comitiva de Bolsonaro aos Estados Unidos.

No dia 10 de junho, está prevista a visita dos inspetores americanos às unidades brasileiras de carne bovina. Mas, segundo o próprio Ministério da Agricultura, não houve avanços em relação às contrapartidas.

Fonte: Hora do Povo


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