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Postado em 8 de setembro de 2019 | 18:14

Exportações de mamão ficam mais complicadas sem Avianca, além do passeio da fruta a aeroportos longes

Se já fosse pouco ter que operar o modal aéreo no corredor Europa mandando mamão para embarcar no Rio de Janeiro, São Paulo ou Minas Gerais, a saída da Avianca do mercado tornou mais complicada a exportação da fruta que saí do Espírito Santo. Assim vem sendo desde início do ano.

Com uma bandeira a menos operando, a disputa ficou maior por espaço nos voos, mesmo com programações quase semanais. E não se descarta que possa vir aumento dos fretes da Latam, Azul e TAP, que hoje praticam entre US$ 0,80 e US$ 1,00 o kg, na média para Portugal, principal destino dos mamões papaya e (menos) formosa.

A rigor, as empresas já arcam com o custo do transporte rodoviário até aqueles terminais, o que por óbvio já torna mais caro o produto no exterior.

Para um produto sensível, especialmente o papaya, onde o ideal é os europeus ou americanos consumirem em no máximo quatro dias, a experiência de exportações marítimas, em parte tentadas até 2017, foi totalmente descartada. O gargalo logístico, como conta Bruno Pessoti, presidente da Brapex, entidade dos produtores, incluindo o mamão formosa, também é redobrado com as estradas ruins capixabas, o centro da produção brasileira.

Desse centro da produção nacional – 60% do total de papaya – onde a base é Linhares, os produtores se concentram totalmente nas vendas externas por via aérea.

A participação das exportações é de 15% a 18% do total de R$ 700 milhões que dever ser o movimento em 2019 de todo o setor. Isso, arredondando, dará em torno de 120 mil toneladas. E o papaya, ou havaí, responde por 80%.

O aeroporto de Vitória foi internacionalizado e Pessoti e outros produtores estiveram recentemente com o governo local, em reunião, cobrando mais ação junto ao governo federal, por exemplo, no sentido de adequar as condições logísticas regionais. Mas o presidente da Brapex, com 12 empresas, entre as quais a dele mesmo, Frutmel Frutas, sabe que no fim “é a iniciativa privada que vai ter que encontrar uma solução”.

Claro, não há o que os governos possam fazer para as companhias aéreas programarem escalas em Vitória, por exemplo.

A situação dos produtores baianos do Sudoeste, com 35% da produção nacional, não deve ser diferente, apesar do aeroporto de Salvador receber voos internacionais. A escala deles é menor ao exterior, contudo.

Outros desafios do setor é o vírus do mosaico e ainda necessidade de maior conscientização dos produtores. Nesse caso, segundo Bruno Pessoti, cuja empresa destina 35% às exportações, ajudaria a fortalecer os produtores em todas as frentes, inclusive na defesa de pleitos que outros segmentos da fruticultura já conseguem mais que o pessoal do mamão.

Fonte: Money Times


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